sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Produção nacional

A revista Genetics and Molecular Biology (GMB) é a primeira publicação brasileira a ser incluída no PubMed Central (PMC), contando com um software de marcação digital desenvolvido no Brasil, de acordo com as especificações técnicas da PMC. Desenvolvido pelo especialista em informática, Peter Krauss, o software converte o conteúdo original da GMB para o formato XML JATS, usado pelo PMC.

O assunto é técnico, mas, para quem produz revista científica, o formato XML JATS traz uma série de vantagens, além da aceitação no PubMed. Quem navegar pelo PMC, vai perceber as inúmeras possibilidades de pesquisa e de interação de dados do sistema.

O formato XML JATS permite a apresentação do manuscrito dentro de um lay-out padronizado, com seções diferenciadas (título, autores, resumo, metodologia, discussão etc.). Essa padronização é possível porque o sistema é capaz de identificar qual grupo de informações diz respeito a quais seções. Com isso, também é possível indexar cada seção do artigo.

"O JATS permite inferir a 'semântica' dos elementos de um artigo científico. Ele não distingue a seção 'agradecimentos' ou 'metodologia' porque contém esta palavra-chave, mas porque são elementos estruturais contendo o que os autores entendem por 'agradecimentos' ou 'metodologia'", explica Krauss.

Essa capacidade de "resolução semântica" garante ainda uma maior segurança na identificação de plágios.
Outra qualidade do sistema é que ele permite a inclusão de links remissivos relacionados aos diferentes temas em discussão. Dessa maneira, é possível acessar outros trabalhos que tratam de assuntos específicos dentro do artigo. Um exemplo: na seção metodologia, o autor menciona uma molécula ou gene específico, o sistema indica, por meio de um link, quais outros trabalhos versam sobre aquela mesma molécula ou gene.

O formato XML JATS pode ser usado pelas publicações com sistemas de submissão on-line, utilizando uma única tecnologia que adequa todos os documentos a um formato padrão, garantindo mais rapidez e segurança em todas as etapas da produção. "As editoras científicas podem usufruir do máximo de automação nos seus processos", explica Krauss.

Segundo o especialista, a palavra-chave para o formato XML JATS é "interoperabilidade".

O assunto é interessante e vamos acompanhá-lo.