segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A regulação jurídica da vigilância sanitária no Brasil

A solução de um caso concreto relacionado à vigilância sanitária envolve, em geral, a mediação de diferentes princípios constitucionais. Para o professor doutor da Faculdade de Medicina da USP, Fernando Aith, na vigilância sanitária, "o conflito entre princípios jurídicos é constante e permanente, em especial o conflito entre os princípios da segurança sanitária e da liberdade".

O pesquisador coordenou a seção Tema em Debate da nova edição da Revista de Direito Sanitário (volume 12 – número 2), que trata da regulação jurídica da vigilância sanitária no Brasil. Três artigos compõem esta discussão e abordam diferentes questões relacionadas ao tema, como a legitimidade da Anvisa na regulação da publicidade de produtos de interesse à saúde; as normas federais que regulam a cadeia farmacêutica e os mecanismos de combate à falsificação de medicamentos no país e a natureza jurídica das farmácias, considerando a RDC 44/2009 da Anvisa. Entre os autores dos artigos estão os professores Gonçalo Vecina, da Faculdade de Saúde Pública da USP, e Volnei Garrafa, da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB.

A nova edição da Revista de Direito Sanitário traz também uma análise do veto presidencial uruguaio ao direito ao aborto naquele país e uma ótima resenha sobre o livro Folie et justice: relire Foucault, obra organizada por Philippe Chevallier e Tim Greacen. Além disso, a publicação oferece ao leitor uma série de decisões judiciais sobre o direito à saúde no Brasil, Colômbia, Argentina e Chile.

A Revista de Direito Sanitário é uma publicação do Núcleo de Pesquisas em Direito Sanitário da Universidade de São Paulo (NAP-DISA/USP) e do Centro de Estudos e Pesquisas de Direito Sanitário (CEPEDISA).

Mais informações sobre esta e outras edições podem ser encontradas na homepage da publicação www.revdisan.org.br ou podem ser solicitadas pelo e-mail revdisan@usp.br.

Para aquisição de exemplares e assinatura, os interessados podem entrar em contato pelo e-mail assine-rdisan@cepedisa.org.br ou pelo telefone (55 11) 3088 2094.

REVISTA DE DIREITO SANITÁRIO
Número 2 - Volume 12
Exemplar avulso: R$ 75,00
Assinatura do Volume 12 completo (Fascículos 1, 2 e 3): R$ 210,00 


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Abaixo-assinado: royalties do petróleo para educação, ciência, tecnologia e inovação

Para:Presidente da República Federativa do Brasil; Ministros da Casa Civil, da Fazenda e do Planejamento do Brasil; Congresso Nacional do Brasil

A Câmara dos Deputados deverá colocar em votação ainda este mês o PL nº 8.051/2010, que determinará as regras de partilha dos royalties provenientes da exploração de petróleo na camada do pré-sal. A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) vêm por meio desta chamar a atenção de Vossa Excelência para a importância de se garantir recursos para as áreas de educação e de ciência, tecnologia e inovação (C,T&I) nos Contratos de Partilha e no Fundo Social.Lembrando que reservas de petróleo são finitas, a grande questão que se apresenta é o que vamos fazer com esse dinheiro: gastar em despesas correntes ou investir na construção do futuro?
As entidades apoiam a proposta da relatoria, que será apresentada pelo deputado Fernando Jordão (PMDB-RJ), para retomar as receitas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Marinha relativas aos royalties dos atuais Contratos de Concessão. Será uma forma de corrigir um grave equivoco, gerado com a aprovação da Lei nº 12.351/2010 (artigo 49) que causou perdas de R$ 1,3 bilhão/ano na principal fonte de financiamento de pesquisa na área de petróleo e gás natural: o fundo setorial CT-Petro.
O impacto dessas perdas, se confirmadas, será sentido a partir de janeiro de 2012, quando o CT-Petro terá uma redução de cerca de 72% de suas receitas, somando uma queda de arrecadação de cerca de R$ 12,2 bilhões até 2020. Serão prejudicadas tanto as pesquisas científicas como o desempenho tecnológico do País na área de petróleo e gás.
Além disso, a SBPC e a ABC defendem que se reserve pelo menos 7% para as áreas de C,T&I nos Contratos de Partilha, como forma de estimular outros setores da economia. O mundo de hoje abriga duas características principais – inovação tecnológica e sustentabilidade – que exigem dos países produção científica e tecnológica de ponta e educação de qualidade.
O Brasil possui hoje uma respeitável produção científica (2,69% do total mundial), que é reconhecida internacionalmente e nos coloca na 13ª posição no ranking internacional do setor. No ano passado, foram formados 12 mil doutores e 41 mil mestres – o que representa um contingente considerável de recursos humanos. Tal estrutura pode ajudar a alavancar a economia brasileira em seus mais diversos setores, a exemplo do que ocorreu nas áreas de petróleo e gás, agronegócio e no setor aeroespacial.
Também defendemos um percentual de 30% para educação e C,T&I do total de recursos dos royalties de partilha destinados aos Estados, Municípios e Distrito Federal. Estima-se que esse percentual gere cerca de R$ 3,97 bilhões – quantia que possibilitaria dar um salto na qualidade do nosso ensino, especialmente na educação básica.
Lembramos a Vossa Excelência que uma distribuição estratégica dos royalties, que contemple às áreas de educação e C,T&I, representa uma oportunidade histórica de inserir o Brasil na era da economia do conhecimento, enterrando de vez o passado de subdesenvolvimento.
http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=PL8051
http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=PL8051

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Boas práticas na Fapesp

A Fapesp lançou o Código de Boas Práticas Científicas, pubicação online que  "estabelece diretrizes éticas para as atividades científicas dos pesquisadores beneficiários de auxílios e bolsas da Fapesp".

O código também é válido para os pareceristas, instituições que desenvolvam atividades científicas e periódicos científicos apoiados pela Fapesp.

A publicação pode ser acessada em http://www.fapesp.br/boaspraticas/codigo_050911.pdf

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Pesquisador desenvolve programa que estuda as redes sociais acadêmicas

O professor José Fernando Rodrigues Júnior, do Departamento de Ciências de Computação, do Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação (ICMC), da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, desenvolveu um software que estuda as redes de relacionamento no meio acadêmico.

Desenvolvido na linguagem de programação de computadores C++, o programa G Mine mede a interação entre professores e pesquisadores, a partir dos artigos publicados, apresentando graficamente o grau de interação entre pesquisadores de universidades, institutos, laboratórios e de docentes para docentes.

Com o software é possível saber quais usuários interagem mais, as técnicas de interação usadas e as potenciais colaborações.

O G Mine é gratuito e pode ser baixado no site http://gbdi.icmc.usp.br/~junio/GMine/index.htm, onde também há um tutorial em vídeo explicando o uso.
(Com informações da Agência Fapesp)

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Conhecimento amplo, geral e irrestrito

Ariadne Chloe Mary Furnival, ou professora Chloe, é inglesa e veio a primeira vez ao Brasil em 1993, após ter terminado um mestrado em computação, na Universidade de Manchester (University of Manchester), Grã-Bretanha. Chegando ao país, foi trabalhar na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) como professora de Ciência da Informação, dentro de uma proposta multidisciplinar, envolvendo Biblioteconomia e Engenharia. No Brasil, ela defendeu o doutorado doutorado em Política Científica e Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas, em 2001. Seu interesse pelo tema do acesso aberto começou como pesquisadora usuária de artigos científicos. Trabalhou no Centre of Research Communications, da University Nottingham, em um projeto de Advocacy para o acesso aberto. "Meu trabalho era disseminar o modelo do acesso aberto entre os pesquisadores". Voltou ao Brasil e à UFSCar. Autora de uma série de livros e artigos, atualmente, Chloe trabalha em um projeto de repositório para a universidade, além de continuar com as aulas. Sobre a opinião de seus alunos com relação ao acesso aberto, a professora diz com orgulho "vejo que eles têm o valor de democratizar o acesso à informação".


O que é acesso aberto?

Chloe: Seguindo a definição de Peter Suber,  um dos mais importantes defensores do acesso aberto, trata-se de literatura digital disponível online, livre de cobrança financeira e livre da maior parte das restrições de copyright. O surgimento deste modelo foi possível graças à difusão da internet e ao movimento de autores que passaram a dar permissão para a reprodução de seus trabalhos. O acesso aberto está conectado à internet.


Quais são os princípios que fundamentam este modelo de difusão do conhecimento?

Chloe: O princípio fundamental é o da remoção de barreiras para o acesso ao conhecimento, além do consentimento do autor. A literatura oferecida em acesso aberto é livre para ser copiada, distribuída e utilizada, por exemplo, em sala de aula.


Quando se fala em acesso livre, a primeira coisa que vem à mente é artigo científico ou publicação científica. O acesso livre abrange outros campos? A digitalização de obras da literatura, por exemplo, traz em si o conceito de acesso livre?

Chloe: Esta é uma grande discussão que está começando. Os modelos de negócios das editoras são pouco flexíveis para desenvolver o acesso aberto. Existem alguns projetos de acesso aberto para a literatura, como, por exemplo, o projeto Gutenberg, nos Estados Unidos. Outra iniciativa norte-americana vem da Universidade de Pittsburgh que disponibiliza uma série de publicações, inclusive muitos estudos sobre a América Latina [University of Pittsburgh Press – Digital Editions]. Aqui no Brasil, a Unesp também lançou uma coleção digital de livros nas áreas de ciências sociais e humanas [Acervo Digital da Unesp]. Agora, iniciativas como essas por parte de editoras comerciais, eu não conheço. Mas, a filosofia do acesso aberto está se disseminando para outras áreas, além da literatura, como é o caso do Flickr, que oferece imagens com licenciamento CreativeCommons. Importante dizer que não estamos falando de pirataria; o uso dos trabalhos de acesso aberto implica citação da fonte.


Quando começou a se falar mais fortemente sobre acesso aberto no mundo? E no Brasil?

Chloe: No mundo, o acesso aberto começou a se configurar na década de 70, com o lançamento da internet. Quando idealizou a rede, Tim Berners-Lee, já falava de disponibilizar o conhecimento de forma livre. Acredito que um passo importante aconteceu, em 2002, com a Declaração de Budapeste [Budapest Open Access Initiative] que consolidou a organização de um modelo de acesso aberto às publicações científicas. E ainda, antes de Budapeste, tivemos a Declaração de Havana Rumo ao Acesso Equitativo à Informação em Saúde [2001], defendendo o acesso aberto às publicações da área da saúde.

No Brasil, a principal iniciativa de acesso aberto começou em 1997, com o surgimento do SciELO. Isso mostra que o país vem acompanhando as discussões e tomando iniciativas para a difusão deste modelo desde o início do movimento.


Quais os países mais avançados na implantação de um modelo de acesso aberto?

Chloe: O Brasil é um país bastante avançado nesse modelo, com aproximadamente 620 títulos de publicações científicas oferecidas em acesso aberto. Ele está em segundo lugar no mundo, atrás dos Estados Unidos, que têm cerca de 1.300 periódicos. Isso em termos de via dourada. Quando se trata da via verde, o Brasil detém apenas 60 repositórios. Já os Estados Unidos, também primeiro colocado neste sistema, contam com 20% dos repositórios mundiais, isso considerando os repositórios que contêm material em texto completo e não apenas metadados.


Os repositórios também são uma opção de modelo de acesso aberto. Como eles funcionam?

Chloe: Existem os repositórios disciplinares, divididos por campos da ciência, nos quais os pesquisadores compartilham os trabalhos antes deles serem publicados, facilitando a troca de informações entre os pares. O mais antigo e famoso é o arXiv, que dá continuidade à prática secular dos cientistas de disseminar os resultados de pesquisas entre os pares. Outro exemplo é o RePEc [Research Papers in Economics], da área de economia.  Há também os repositórios institucionais, mantidos pelas instituições de ensino. O repositório institucional é um instrumento administrativo para controlar os indicadores de produção científica e para a preservação de um acervo de artigos. Ele funciona também como uma vitrine do que está sendo produzido na universidade. É um tipo de marketing. Na Europa, um dos critérios utilizados pelos alunos de pós-graduação para a seleção da universidade é o seu repositório. 


As instituições que publicam periódicos científicos, públicas ou privadas, têm um claro entendimento do que significa acesso aberto? Há muita resistência em aceitar e implantar este modelo?

Chloe: A resistência que existe pode estar baseada na ignorância sobre os propósitos do acesso aberto, que não é derrubar as editoras, mas sim, oferecer uma alternativa de acesso ao conhecimento. Para quem não é da comunidade científica é muito difícil ter acesso à produção científica. Pequenas e médias empresas, por exemplo, que queiram investir em inovação, não têm acesso à literatura científica. Isso sem falar no público leigo que dificilmente pode acessar o conhecimento produzido em ciência sem a mediação de um jornalista. O acesso aberto não concorre com a revista de assinatura, e muitas editoras já entenderam isso, quando, por exemplo, permitem ou incentivam o auto depósito. Existe ainda um outro movimento por parte das universidades incentivando seus pesquisadores a negociar direitos com as editoras, pelo instrumento author addendum, um documento que permite ao autor manter certos direitos sobre o artigo. Outra iniciativa é o open access mandate, um instrumento de fomento à pesquisa que exige que os autores publiquem seus artigos em revistas de acesso aberto.


E entre os pesquisadores, a aceitação é plena ou há aqueles que acreditam que não é correto abrir para o mundo o fruto do trabalho de anos de pesquisa?

Chloe: A maior resistência por parte dos pesquisadores é com relação à abertura dos dados, o que, intuitivamente, é compreensível, porque, afinal de contas, eles trabalham duro para obtê-los. Com relação aos artigos, não vejo resistência. Aliás, seria até um contrassenso, considerando que  a base do conhecimento científico é a discussão na esfera pública. No entanto, eu vi pesquisas recentes que mostram que o pesquisador é favorável ao acesso aberto, mas, esta disposição ainda não está sendo totalmente traduzida em ação. Os estudiosos continuam publicando em revistas fechadas e acredito que isso tenha a ver com o fator de impacto destas publicações. Em geral, periódicos com assinatura são mais prestigiados. Talvez ainda haja receios com relação ao copyright, por desconhecimento da política autoral do modelo de acesso aberto. Agora, vale pensar que quando um pesquisador publica seu trabalho em uma revista fechada ele passa todos os direitos de autor para a editora e depois não pode utilizar livremente seu próprio artigo.

Os defensores do acesso aberto afirmam que o modelo aumenta a visibilidade dos artigos e, consequentemente, seu impacto. Existem estatísticas que comprovem isso, no Brasil ou em outros países?

Chloe: Não há dúvidas de que fazer o download do artigo gratuitamente aumenta sua exposição, é a chamada open acess citation advantage (OACA).  Agora, existe uma dificuldade de comprovar o fator de impacto. O projeto OpCit traz uma interessante bibliografia sobre como medir o fator de impacto no modelo de acesso aberto.


Existem questões éticas envolvidas com o modelo de acesso aberto? Quais seriam?

Chloe: Do ponto de vista da ética científica, o medo de plágio de artigos é infundado, porque, com o acesso aberto fica mais fácil descobrir o plágio, uma vez que todos sabem o que está sendo produzido e por quem. Mas, para mim, a principal questão ética que envolve o acesso aberto está no uso da verba pública para financiar e publicar pesquisas e no uso da estrutura das universidades públicas para produzir pesquisas, e o leitor, leigo ou pesquisador, ter que pagar por uma assinatura de revista. Isso não é correto. O cidadão, leigo ou cientista, que paga impostos tem o direito a ter acesso ao conhecimento científico financiado com seu dinheiro. É um valor democrático.


Está em andamento na internet um abaixo-assinado em defesa do projeto de lei 387/2011, que prevê a criação de repositórios institucionais de livre acesso nas universidades brasileiras e torna obrigatório que os pesquisadores disponibilizem sua produção, publicada em revistas científicas, nestes repositórios. Você tem conhecimento deste projeto? Ele vem ajudar a "causa" do acesso aberto?

Chloe: Conheço o projeto e inclusive assinei o abaixo-assinado. Eu tiro o meu chapéu para a iniciativa. O instrumento do mandato é delicado, mas é bom. O projeto trará mais transparência para a produção científica, com a instituição dos repositórios, e o público poderá saber mais sobre como o dinheiro dele está sendo investido.

MAIS SOBRE O ACESSO ABERTO

Peter Suber é um dos principais pesquisadores e incentivadores do acesso aberto no mundo.  Suber desenvolve estudos sobre filosofia da inteligência artifical, ciências da computação, ciência cognitiva, etimologia. “Estou  interessado em compreender como a internet mudou a pesquisa e a comunicação acadêmica, como deve continuar a mudá-las e o que significa  tirar o máximo de proveito da internet para a criação e compartilhamento do conhecimento”. Site pessoal <http://www.earlham.edu/~peters/hometoc.htm>.

Tim Berners-Lee, idealizador da World Wide Web, uma iniciativa global baseada na internet, em 1989, enquanto trabalhava nos laboratórios do CERN (European Organization for Nuclear Research). Site < http://www.w3.org/People/Berners-Lee/>

Project Gutenberg:  disponibiliza mais de 36 mil livros para download. Endereço: <http://www.gutenberg.org>

University of Pittsburgh Press – Digital Editions: disponível em <http://digital.library.pitt.edu/p/pittpress/>

Acervo Digital da Unesp: disponível em <http://www.acervodigital.unesp.br/>

Flickr: disponível em <http://www.flickr.com/creativecommons/>

CreativeCommons:  empresa sem fins lucrativos que desenvolve, apoia e patrocina iniciativas de criação e compartilhamento de produções artísticas e científicas com menos restrições de direitos autorais.  Disponível em <http://www.creativecommons.org.br>

SciELO: disponível em <http://www.scielo.org.br>

Via dourada: "propõe que as revistas sejam de acesso livre". Fonte: Blog do Kuramoto. Disponível em < http://kuramoto.wordpress.com/tag/via-dourada/>

Via verde: "preconiza a todos que publicam em revistas científicas que não são de acesso livre, que depositem uma cópia de seus artigos em repositórios de acesso livre." Fonte: Blog do Kuramoto. Disponível em < http://kuramoto.wordpress.com/tag/via-dourada/>

Metadados: "podem ser basicamente definidos como dados que descrevem os dados, ou seja, são informações úteis para identificar, localizar, compreender e gerenciar os dados." Fonte: IBGE. Disponível em < http://www.metadados.ibge.gov.br/>.

Research Papers in Economics: disponível em <www.repec.org.br>

Auto depósito: "processo que consiste no depósito de um trabalho científico num repositório pelo próprio autor." Fonte: RCAAP – Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal. Disponível em < http://projecto.rcaap.pt/index.php/lang-pt/como-auto-arquivar-documentos/introducao-3>

OpCit: disponível em <http://opcit.eprints.org/>

Abaixo-assinado Petição Pública em apoio ao PLS 387/2011: disponível em <http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N12168>

Acesso Livre Brasil: site mantido pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict). Disponível em  <http://acessolivrebrasil.wordpress.com>

Blog do Kuramoto: blog sobre acesso aberto. Endereço: <http://www.kuramoto.wordpress.com>

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Decifrando - OJS/SEER

OJS/SEER - Open Journal System/Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas

Desenvolvido pelo Public Knowledge Project, da Universidade de British Columbia, e traduzido no Brasil pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), o OJS/SEER é um sistema de gerenciamento de todas as etapas de editoração de uma publicação científica, desde a submissão dos artigos pelos autores, até a publicação do manuscrito na internet, passando pelas revisões dos pareceristas. O OJS/SEER é destinado a publicações com sistema de avalição de manuscritos duplo-cego.

Software livre, de código aberto, o sistema nasceu com a filosofia de permitir o acesso aberto à informação científica.

Segundo dados do Public Knowledge Project, um pouco desatualizados, é verdade, em janeiro de 2010 o sistema era adotado por mais de 5 mil publicações no mundo todo.

Reciclagem

A Associação Brasileira dos Editores Científicos (ABEC) organiza uma série de eventos no mês de novembro, todos realizados na cidade de Gramado (RS).

Confira a programação:

XIII Encontro Nacional de Editores Científicos – 8 a 11 de novembro
Durante o encontro, serão ministrados quatro cursos sobre assuntos como o DOI, o sistema OJS/SEER, o papel do editor científico. Além dos cursos, o encontro terá palestras e seminários com editores do Brasil e do exterior, que debaterão, por exemplo, a profissionalização do editor científico.

II Encontro Nacional de Bibliotecários – 11 de novembro
Temas como a indexação de artigos de periódicos brasileiros nos sistemas OPACs de bibliotecas serão debatidos no evento.

IV Seminário Satélite para Editores Plenos – 11 de novembro      
O evento terá dois importantes painéis: “Ética e integridade na publicação científica”, com destaque para a apresentação sobre a estrutura e o processo editorial da revista The Lancet, e “Qualidade e transição nos periódicos científicos”, destacando a palestra sobre o papel do editor-chefe.

Inscrições e informações sobre todos os eventos estão no site da Abec

domingo, 7 de agosto de 2011

Chamada de artigos da Ciência & Saúde Coletiva para edição temática sobre aborto

A Revista Ciência & Saúde Coletiva está recebendo artigos para uma edição temática sobre aborto no Brasil.

O número especial será coordenado pelas pesquisadoras Débora Diniz, professora da Universidade de Brasília e do Programa de Pós-Graduação em Bioética e Ética em Pesquisa (Fiocruz/UFRJ/UFF/UERJ) e Greice Menezes, professora da Universidade Federal da Bahia e pesquisadora do MUSA.

Os interessados podem submeter seus trabalhos até novembro, para o e-mail: d.diniz@gmx.com.

Mais informações em http://www.cienciaesaudecoletiva.com.br

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Por dentro da GMB

Modelos de negócio para publicações científicas, cobrança para avaliação de manuscritos, versão impressa x versão eletrônica, controle da qualidade dos artigos científicos.

Estes são alguns dos assuntos que você vai ler nos próximos posts, em uma entrevista exclusiva com o professor Klaus Hartfelder, PhD pela Universidade de Tuebingen (Alemanha) e editor assistente da GMB, publicação oficial da Sociedade Brasileira de Genética.

Começando a caminhada

Como surgiu a ideia de criação da GMB?

Klaus:  A Genetics and Molecular Biology é o órgão oficial da Sociedade Brasileira de Genética (SBG). O primeiro volume foi publicado em 1978, com o nome de Revista Brasileira de Genética / Brazilian Journal of Genetics. Em 1998, o título mudou para Genetics and Molecular Biology. A revista foi criada como órgão oficial da SBG para divulgar as pesquisas dos geneticistas brasileiros e, desde o ínicio, este tem sido um dos objetivos principais.   


Quais as dificuldades para um periódico se estabelecer em uma uma área repleta de publicações, como é a área das ciências biológicas?

Klaus: A GMB não teve problemas para se estabelecer, pois nasceu a partir de uma de uma das grandes sociedades científicas brasileiras. Assim, tem o suporte pleno dentro da sociedade e a maioria dos membros da SBG publicam na revista com certa frequência. Além disso, ela é atrativa por ter todos os seus artigos em inglês e ser de acesso aberto, garantindo ampla visibilidade dentro da comunidade científica.


A GMB tem versão impressa? Se sim, ela é paga?

Klaus: Sim, a GMB tem versões impressa e eletrônica e não há pagamento extra para a impressa. É um grande mito que a versão impressa tem um custo altissimo, enquanto a versão elertônica é quase gratuita. Revistas impressas ou eletrônicas passam pelo mesmo procedimento editorial, necessitam de edição, diagramação, marcação eletrônica etc. A diferença está na impressão. 

Por dentro da GMB - II

Controle de qualidade

A GMB é uma revista brasileira indexada em importantes bancos de periódicos do mundo, inclusive no ISI. A que você atribui estas conquistas da publicação? Quais são os pontos fortes da GMB, em termos científicos e de produção editorial?

Klaus: Os pontos mais importantes para tais indexadores (ISI-WOS, PubMed, SciELO) são a regularidade de publicação, a garantia do peer-reviewing e a qualidade do corpo editorial. A GMB preenche todos estes requisitos, nunca tendo faltado na regularidade. Outros pontos fortes da GMB são a qualidade dos artigos publicados, garantida por um rigoroso processo de análise editorial, feito por editores associados com amplo conhecimento das diferentes áreas do conhecimento relacionadas com a genética e pelos assessores ad hoc que garantem um peer-reviewing de qualidade. Note  que a GMB tem um índice de recusa de manuscritos em torno de 60%.

Ademais, após ser aceito pelo editor, cada manuscrito é avaliado criteriosamente por um  conjunto de corretores em relação à adequação do inglês (os corretores muitas vezes fazem e sugerem amplas revisões do texto) e pr seus aspectos técnicos (tabelas, figuras e consistência de referências). Tal controle de qualidade é fundamental para o reconhecimento da seriedade de um periódico científico.

Para os autores, o atrativo é o fato da GMB ser uma revista de acesso aberto, com a possibilidade de publicação de figuras coloridas, geralmente sem cobrança extra.
  

E quais os pontos que podem ser melhorados?

Klaus: O principal ponto a ser melhorado é o tempo entre recebimento de um manuscrito e a sua publicação. Porém, com os esforços dos últimos anos, conseguimos melhorar bastante e reduzir este prazo para quatro a seis meses. Fundamental para tal redução foi uma cobrança sistematizada dos editores associados e assessores ad hoc para que se mantivessem dentro dos prazos. E deve-se considerar que editores, editores associados e  assessores ad hoc fazem seu trabalho como parte das suas atividades de extensão, dentro das suas carreiras acadêmicas nas universidades e instituições de pesquisa, sem nenhuma remuneração.

Em termos técnicos houve um grande avanço com a implementação de uma plataforma de submissão online, o Scholar One, licenciada da Thomson Reuters, que facilita muito o trânsito de manuscritos e informações entre os envolvidos no processo de análise editorial. 

Outra maneira de encurtar o tempo entre submissão e publicação foi o acordo feito com o SciELO, que possibilita a disponibilização em fluxo contínuo de artigos no formato Ahead-of-Print, ou seja, artigos prontos que, normalmente, aguardariam para serem incluidos em um fascículo, mas que, desta forma, ficam disponíveis na sua versão eletrônica, igual à definitiva, meses antes da sua publicação. 

Por dentro da GMB - III

Modelos de negócio

A GMB é uma das poucas revistas nacionais que cobram para avaliar e publicar artigos. Você poderia falar um pouco sobre o início da cobrança? Por que vocês decidiram passar a cobrar?

Klaus: Primeiramente, vale o ditado "there is no such thing as a free lunch". Cada fascículo da GMB produzido custa à SBG em torno de R$ 45 mil e este dinheiro tem que vir de algum lugar. É a mesma preocupação de todas revistas científicas, sejam nacionais ou internacionais. Existem três fontes de recursos: assinatura, cobrança do autor e verba pública de agências financiadoras. Aí, as diferentes revistas adotam diferentes "business models".

O mais tradicional é o da assinatura, modelo mais comum no caso de revistas publicadas pelas grandes editoras: Elsevier, Springer, Cell Press, Nature Publishing Group etc. Nestes casos, é o leitor (ou a sua instituição) quem paga para ter acesso pleno a um artigo.

No caso de revistas open access (as da iniciativa PLoS, do BMC etc..) são os autores que pagam taxas de publicação que, no caso das revistas BMC, variam entre US$ 1,500 e US$ 2,500.

A terceira fonte são as agências financiadoras que ajudam manter revistas científicas de duas maneiras: a) incluindo taxas de publicação nos grants dos pesquisadores e b) por meio de editais específicos, abrindo espaço para os editores de revistas solicitarem verbas. No caso do Brasil,  estas agências são a CAPES e o CNPq, no âmbito federal, e a FAPESP, para  revistas e autores do Estado de São Paulo.

A GMB conta com verbas das agências financiadoras e dos membros da SBG, que assinam a revista no pagamento da anuidade. Além disso, a GMB mantém assinaturas no Brasil e no exterior. Este "mixed business model” funcionou bem até dois, três anos.

Porém, dois pontos importantes mudaram nestes últimos anos. O primeiro foi um investimento pesado por parte da SBG na melhoria da GMB, tanto para garantir a produção dos XMLs para o PMC, quanto o licenciamento da plataforma Scholar One (tentamos durante anos, mas não foi possível adaptar a plataforma aberta oferecida pelo SciELO ao processo editorial da GMB).

Foi neste período também que notamos pela primeira vez uma inversão na origem de manuscritos submetidos. Enquanto até 2007, a maioria dos manuscritos (75% a 80%) era  submetida por autores brasileiros, em 2008, houve uma inversão, com mais que 50% dos manuscritos vindos do exterior, principalmente da China e Índia. Tal abertura foi um bom sinal, indicando a ampla visibilidade da GMB, porém, ela também implicou em um custo, pois aumentou o número de submissões: de 350, em 2006/2007, para 450/470 em 2008/2009 e quase 500 em 2010. Assim, manter a política de não cobrança dos autores implicaria em um grande risco para a situação financeira da GMB.

Note que, neste período, um maior número de pesquisadores chineses passou a publicar no exterior, em inglês, e que houve o ingresso pesado das grandes editoras (Springer, Elsevier), comprando os direitos das revistas publicadas na China e cobrando para publicação (assinaturas ou publication charges).

Diante destas tendências mundiais, a GMB, com apoio da SBG, implementou uma política de cobrança de uma taxa de publicação aos autores. A taxa é de US$ 500, a ser paga quando um artigo é aceito para publicação. A GMB não cobra no momento da submissão, apenas para publicação. A taxa é cobrada de autores que não são membros da SBG, sendo que membros da sociedade continuarão a publicar sem cobrança. 

A GMB também oferece a isenção (“waiver") de taxas para autores que apresentem argumentos de bom senso. E, obviamente, a revista tem uma política especial em casos de submissões de revisões de amplo interesse para a área.

Acreditamos que, de tal maneira, conseguimos equilibrar as questões financeiras com os interesses científicos.
         

Como foi a aceitação da cobrança por parte dos pesquisadores? E a repercussão entre as outras publicações nacionais?

Klaus: Ainda estamos na fase de implementação, sendo que, por enquanto, temos apenas poucos casos a serem cobrados (manuscritos submetidos após 1º. de maio de 2011 e já aceitos). Porém, notamos uma leve queda de submissões vindas do exterior, apesar das taxas cobradas pela GMB estarem entre as menores para revistas open access.

Por dentro da GMB - IV

O editor assistente

Tratando do trabalho de publicar um periódico científico, como começou seu envolvimento com a GMB?

Klaus: Associei-me à SBG logo após a minha vinda para o Brasil em 1998 e, por trabalhar em uma área ainda relativamente nova no país, a biologia e genética de desenvolvimento, fui convidado, em 2002, para ser um dos editores associados na área Developmental Genetics.  No mesmo ano, me tornei um dos editores da revista Apidologie, dirigida para pesquisas sobre abelhas.

Assim, com uma experiência editorial consolidada, fui convidado para ser editor assistente na GMB, em 2005.


Quais as atividades que você desenvolve como assistente do editor? Quantas horas por semana são dirigidas para estas atividades?

Klaus: Existe uma certa divisão de trabalho entre o editor e o editor assistente, sendo que o primeiro lida principalmente com a análise editorial de submissões, enquanto eu fico responsável pela supervisão da produção dos XMLs para a PMC, implementação e manutenção da plataforma Scholar One e a supervisão da fase da produção, que inclui o controle de qualidade dos trabalhos dos copy editors, a verificação dos PDFs produzidos na diagramação, o envio de artigos para Ahead-of-Print e a composição de fascículos.

Por dentro da GMB - V

Produção nacional

A revista GMB foi a primeira publicação brasileira a ser incluída no repositório PubMed Central (PMC), contando com um software de marcação digital desenvolvido no Brasil. Por que a GMB decidiu investir no desenvolvimento de um sistema nacional em vez de utilizar as ferramentas que já existem, como a da empresa INERA?

Klaus: Existem diversas maneiras de fazer uma marcação XML e a mais divulgada entre as revistas científicas é a ferramenta desenvolvida pela INERA. Nós contactamos esta empresa e recebemos uma proposta, porém, ao mesmo tempo, recebemos uma proposta mais interessante, da Arquivo Digital, que já fazia a diagramação da GMB e já tinha desenvolvido uma ferramenta de checagem automatizada relacionando as citações de referências citadas no texto e aquelas listadas na bibliografia. 

A ferramenta eXtyles da INERA é "user friendly", trabalha dentro do Word e consiste de uma marcação manual dentro do próprio arquivo. Por ser manual, não necessita de conhecimentos computacionais, além da familiaridade com Word, mas também se torna relativamente lenta.

Por outro lado, a ferramenta desenvolvida especificamente para a GMB é uma marcação semiautomatizada e independente do Word. Isso se tornou relevante, pois dentro do nosso fluxo de produção, os arquivos são diagramados em Ventura e somente depois recebem a marcação. Aí uma reconversão para Word, como seria necessário para marcação com a eXtyles, poderia provocar erros. Além disso, ela é rápida e consegue produzir marcações XML de qualidade, dentro do prazo estipulado pelo PMC.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Elsevier

Em maio, o SIBi/USP e a Elsevier promoveram uma série de eventos no Brasil, entre eles o "Seminário para Revisores: como ser um revisor eficiente para periódicos internacionais", com a presença da diretora estratégica de Serviços de Periódicos da Elsevier, Rose Olthof.

Além de abordar o  processo de revisão, em sua palestra, Olthof comentou sobre o "mundo" da Elsevier e sobre o trabalho de publishers e editores.

De acordo com Olthof, em média, as bases de dados da Elsevier aceitam para indexação 20 periódicos por ano, sendo 40% deles eletrônicos, 30% impressos e 30% eletrônicos e impressos.

Olthof destacou que uma boa publicação científica, além de bons artigos, tem uma importância e um relação com a sua comunidade. "O periódico é importante para a comunidade e vice-versa", disse.

Sobre os publishers, Olthof afirmou que suas responsabilidades incluem a produção editorial, acompanhando as tendências das pesquisas na área da publicação, e também o gerenciamento das áreas de vendas, marketing e divulgação.

Olthof sugeriu que os editores sempre investiguem os currículos dos autores, incluindo outros artigos que eles publicaram, e fez um alerta: revisores que não publicaram nada nos últimos cinco anos, não podem ser bons avaliadores de manuscritos. Ela recomendou às publicações que busquem os professores doutores em início de carreira, pois eles estariam sempre "famintos por publicar e revisar".

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Indicadores em questão - II

O documento do Fórum de Editores de Revistas da Área de Ciências Sociais e Humanas em Saúde está chacoalhando os editores da área. Segundo uma das organizadoras do fórum, Cleide Lavieri Martins, foi uma “surpresa agradável” ver o quanto o texto repercutiu. “Agora é preciso dar continuidade ao debate, o momento é bastante oportuno”.

Para Cleide, o documento traz importantes temas para reflexão, começando pela avaliação da Capes. “Os critérios existentes para as revistas de saúde pública e ciências humanas são insuficientes, o que vem deixando a discussão restrita”, afirma Cleide, “precisamos de critérios qualitativos e outras formas de medir o impacto das publicações. Não dá, por exemplo, para continuar a considerar as publicações regionais como revistas de menor impacto, pois, elas têm importância e peso”, completa.

O documento já foi encaminhado à Capes, que não se pronunciou sobre ele.

Indicadores em questão - I

Durante o V Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde/ABRASCO, realizado em 18 de abril deste ano, aconteceu o Fórum de Editores de Revistas da Área de Ciências Sociais e Humanas em Saúde/Abrasco, com o objetivo de discutir a difusão científica no campo da saúde pública, considerando a diversidade de temas que este domínio multidisciplinar da ciência pode englobar.

Um dos temas debatidos no evento foram os critérios da Capes para classificação de periódicos científicos da área da saúde pública. A discussão originou um documento que está chamando a atenção dos editores.  

Leia na íntegra:

À Presidente do V Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde,

O Fórum de Editores de Revistas da Área de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, reunido em 18/04/2011, durante o V Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, com a participação expressiva de editores das diversas revistas do campo da Saúde Coletiva e autores, vem solicitar, pela importância dos assuntos discutidos, a inclusão na agenda da ABRASCO do debate das questões que seguem e o encaminhamento deste documento a Área de Saúde Coletiva da CAPES.

Os participantes concluíram pela urgente necessidade de revisão dos parâmetros de classificação das revistas na área de saúde coletiva da CAPES.

Reiteradamente temos presenciado manifestações de pesquisadores, docentes, autores e editores criticando veementemente a hegemonia de abordagens biomédicas em detrimento da natureza plural, rica e interdisciplinar do campo da Saúde Coletiva, com o risco de exclusão de áreas importantes como as ciências sociais, ambientais, a saúde do trabalhador, gestão, promoção da saúde etc.

Os participantes verificam esta hegemonia como uma ameaça de empobrecimento do campo e solicitam que sejam respeitadas e valoradas distintamente as características específicas e a diversidade do campo que inclui entre outras as ciências sociais e humanas, e que se considere a produção de critérios qualitativos de avaliação das revistas.

Avaliam que os critérios bibliométricos vêm respondendo mais à lógica de mercado com claro favorecimento dos periódicos internacionais, em detrimento de importantes esforços nacionais, como as citações por meio do SciELO.

Consideram ainda que a internacionalização não deva se limitar a versão em inglês dos artigos mantendo-se "resíduos" colonialistas, respeitando a circulação de artigos sobre localidades e especificidades geográficas ou sociais singulares.

Percebe-se ainda um distanciamento do caráter formativo de linhas editoriais, que se preocupam em estimular o debate e reflexão entre autores e leitores e, particularmente, na formação de novos autores.

O Fórum recomenda que os editores devam constituir agenda de trabalho visando garantir a multiplicidade de revistas da área, discutir a política de financiamento, promover formas de colaboração entre as novas revistas e revistas consolidadas, e estimular o ingresso de novos participantes na ABEC.

Recomenda ainda a realização de seminários conjuntos entre fórum de editores e fórum de coordenadores de pós-graduação da área.

Presentes do Fórum: Cadernos de Saúde Pública; Interface, Comunicação, Saúde e Educação; Physis; Revista Brasileira de Ciências Sociais; Revista Brasileira de Epidemiologia; Revista de Saúde Ocupacional; Revista de Saúde Pública; Salud Colectiva; Saúde & Transformação Social; Saúde e Sociedade.

Demais participantes: Aurea Ianni; Gladys Benito; Helena Ribeiro; Ivan França Junior, Mara de Andréa Gomes; Maria da Penha C. Vasconcellos; Rodolfo Vilela; e Rubens Adorno.

Adesões ao documento: Ciência &Saúde Coletiva, Revista de Bioética; Revista de Direito Sanitário; Revista Baiana de Saúde Pública e Saúde em Debate.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Nova edição da Revista de Direito Sanitário

Acaba de ser lançada a mais nova edição da Revista de Direito Sanitário (volume 12, número 1), com artigos que tratam sobre a internacionalização das políticas públicas de saúde, o papel do Poder Judiciário na garantia do direito à saúde e o novo Código de Ética Médica, entre outros assuntos atuais do campo interdisciplinar do direito sanitário.
A Revista de Direito Sanitário é uma publicação do Núcleo de Pesquisas em Direito Sanitário da Universidade de São Paulo (NAP-DISA/USP) e do Centro de Estudos e Pesquisas de Direito Sanitário (CEPEDISA).

Mais informações sobre esta e outras edições podem ser encontradas na homepage da publicação www.revdisan.org.br ou podem ser solicitadas pelo e-mail revdisan@usp.brPara aquisição de exemplares e assinatura, os interessados podem entrar em contato pelo e-mail assine-rdisan@cepedisa.org.br ou pelo telefone (55 11) 3088 2094.